Visitas da Catita

“ (…) Sem consciência histórica sobre o nosso passado (e antepassados…) não perceberíamos quem somos. Esta dimensão identitária – quem somos? – emerge no terreno de memórias históricas partilhadas. Por isso, o sentimento de identidade – entendida no sentido de imagem de si, para si e para os outros – aparece associado à consciência histórica, forma de nos sentirmos em outros que nos são próximos, outros que antecipam a nossa existência que, por sua vez, antecipará a de outros. Ao assegurar um sentimento de continuidade no tempo e na memória (e na memória do tempo) a consciência histórica contribui, deste modo, para a afirmação da identidade – individual e colectiva (…).” (PAIS, 1999,p.1)

Atualmente ser professor implica a capacidade de responder a novos desafios que implicam a capacidade de elaborar projetos educativos que atendam às particularidades do educador e dos seus alunos mas também às especificidades do meio envolvente; a capacidade de obter o máximo de êxitos dos seus alunos; a capacidade de valorizar a inteligência assumindo-a como multiforme; a capacidade de diversificar estratégias de motivação dos alunos; a capacidade de renunciar a impor o saber procurando negociar, tendo em conta ideias e sentimentos pessoais.

A História é uma forma de estar na vida, na sociedade, no exercício da cidadania. A sua utilidade vê-se na falta que faz aos que não entenderam que até o útil tem de ser belo e a beleza do presente têm os parâmetros da compreensão do passado.

Como defende José Mattoso, “(…) o que interessa não é gostar da História mas estar convencido que sem ela não se pode compreender o mundo em que vivemos (…). É a História que nos habitua a descobrir a relatividade das coisas, das ideias, das crenças e das doutrinas, e a detectar por que razão, sob aparências diferentes, se voltam a repetir situações análogas, se reproduz a busca de soluções parecidas ou se verificam evoluções paralelas. O historiador está sempre a descobrir no passado longínquo e recente o mesmo e o outro, a identidade e a variância, a repetição e a inovação (…).” (MATTOSO, 1999, p.14-17).

A História permite reviver o passado encontrando pontos de referência que diminuam a angustia e a incerteza do presente. A paz pode ser uma das utilidades do conhecimento do passado porque transforma o presente no seu espaço de experiência e concebe o futuro como horizonte de expectativa.

A intervenção social alimenta-se do conhecimento da identidade nacional. É a História que nos fornece as origens. É ela que nos mostra as boas causas e denuncia as más experiências. É o conhecimento do passado que garante o sucesso do exercício da cidadania.