Chegou Agosto. A minha cidade renasce. Mais cor. Mais movimento mais alegria.
Chegam gentes de todos os lados para assistir à Romaria da Senhora da Agonia.
Enfeitam-se as ruas com iluminações grandiosas.
Instalam-se os vendedores ambulantes aqui e ali.
Os grupos de bombos tocam sem cessar. Os ranchos preparam-se a preceito.
Abrem-se as arcas para averiguar o estado dos trajes que vão desfilar no cortejo etnográfico, a maior representação das tradições e cultura das gentes de cá. Cheira a boroa, a chouriço e a presunto.
Preparam-se os andores para a majestosa procissão que percorre as principais artérias desta cidade, a Princesa do Lima.
Na ribeira, homens e mulheres enfeitam as ruas com sal colorido.
Por ali há-de passar a procissão que conduz a Senhora ao mar.
Sim! Ao mar.
O mar que traz a tormenta aos pescadores. O mar que traz o seu sustento também. A esse mar levam eles a Senhora para o abençoar. Para o acalmar.
O povo vê, emocionado, a devoção dos pescadores de Viana. A festa é, acima de tudo, deles.
A banda de música marca o ritmo da caminhada.
Os foguetes ecoam no ar.
Há um silêncio devocional. O dia 20 de Agosto, feriado municipal, é o ponto alto das festas. E, este ano, será rematado com a esplendorosa serenata.
É a Romaria da Agonia. A maior do país. A mais bonita. A mais completa. Eu também vou. Como o meu avô me ensinou. Eu também vou com muita chieira minhota.
Viana, “quem gosta vem. Quem ama fica.”