Os muçulmanos ou mouros – designação geral aplicada aos povos de raça árabe e berbere que, em 711, invadiram a Península – dominaram no território nacional entre os séculos VIII e XIII da nossa era. Essa influência foi, no entanto, desigual – quer em permanência, quer em intensidade – para o Norte e o Sul do país. Com efeito, a região norte, mais cedo liberta pela ação da Reconquista Cristã, não reteve influências determinantes da civilização muçulmana, nem nos vestígios materiais, nem no modo de vida. Contudo, no Sul, onde o domínio mouro foi mais demorado, as influências ficaram bem vincadas, determinando o vocabulário, a vida agrícola, a toponímia das gentes locais.
Deixando na Península um contributo só comparável ao dos Romanos, eles foram, sem dúvida, a segunda maior influência civilizacional sofrida nesta faixa ocidental da Espanha, até à formação de Portugal. Através dos elementos humanos assimilados – os moçárabes – esta influência sobreviveu à Reconquista e só se perde, definitivamente, no começo do século XVII.